Hoje vim aqui falar sobre a Nenezita (leia em español). A gatinha mais carinhosa que existiu.
Eu sei, o assunto não é nostalgia nem games, mas é parte essencial de quem eu sou e dos últimos anos da minha vida.
Ela infelizmente faleceu neste sábado, 20 de Setembro de 2025, depois de muitos anos vivendo na minha casa. Ela foi encontrada, já mais idosa, embaixo da pitangueira que tem no pátio da minha casa, serena, e seu local final de descanso também foi embaixo de uma árvore, com grama e natureza em volta, com paz, como ela merecia.
Ela chegou na nossa casa, absolutamente do nada, uma bela tarde lá estava ela, e o mais engraçado é que nunca sabemos quando algo está prestes a mudar nossas vidas, é apenas mais um dia de rotina. Nosso cachorro na época, implica com ela, afinal era um animal de fora, mas ela sempre aparecia e ganhava uma comidinha, uma água, ou o que tivesse pra dar.
Até que um dia nosso cachorro teve seu descanso, e restou apenas ela pra reinar em nossa casa, e assim, se acomodou. Ela tinha alguns machucados e parecia ter passado por momentos muito difíceis pra falar a verdade, pois é incrível como ela nunca tentou fugir, sair de casa ou até mesmo mostrar insatisfação, pelo contrário, fazia questão de mostrar o quanto era feliz por ter um lar e um sachêzinho de comida.
Chegaram mais dois cachorros pra morar, e no começo ela não gostou muito, eram filhotes, quase brigaram, mas com o tempo ela acabou adorando os casal de cachorros e se tornaram melhores amigos. Inclusive eles defendiam ela de qualquer animal que quisesse causar mal a ela, com unhas e dentes, literalmente. No inverno dormiam juntos os três se esquentando e até compartilhavam comida quando era possível.
Ela adorava quando minha namorada chegava na minha casa, eu dizia que a Nenezita era puxa saca da minha namorada, pois sempre fazia questão de correr pra ela, ficar em volta, pedir carinho, petisco, ficava embaixo do carro da Fernanda (minha namorada), que inclusive foi quem deu o nome dela, até então eu chamava de Gatinha.
Ela ficou durante muitos anos aqui em casa, muitos mesmo, e eu não sabia sua idade, ou histórico, já que ela simplesmente apareceu na minha frente, sem aviso, e foi acolhida, sem julgamentos, sem preconceito. Demos o melhor que ela podia receber dentro das nossas condições, era adorava o Friskies sachê, adorava Friskies em petiscos (em especial a estrelinha), quando podia comprava Fancy Feast, o sachê mais caro que tinha no mercado que eu ia buscar, e até salmão minha namorada deu (esse dia ela adorou).
Depois de muitos anos, agora no final, o peso da idade chegou com mais força, ajudávamos ela a subir na mesinha que ela gostava, percebemos que ela queria ficar ainda mais próxima de nós, dando mais carinho ainda, e nunca em sua vida, mesmo tendo passado por momentos difíceis devido as marcas que carregava, ela foi agressiva ou machucou alguém, pelo contrário, fazia amizade fácil, e desde o primeiro dia que minha namorada conheceu ela já veio se esfregando.
Uma das últimas imagens que lembro, foi a Fernanda chegando na minha casa, em um dia diferente do rotineiro, e a gatinha saiu logo pra pular no seu colo, e ficou ali por muito tempo, recebendo carinho e sendo mimada, com toda sua humildade.
Ela adorava deitar em forma de bolinha pra dormir no meio da grama, era serena, trazia paz pros dias difíceis, e sinceramente, nunca fui muito próximo a gatos, mas ela era especial, tinha personalidade como nenhum outro que convivi, mais humana que muitos humanos (acredite, as vezes é melhor ter o conforto de um animal do que um ser humano cheio de egoísmos e ego).
As vidas mais nobres que encontrei (falando de animais), foram aquelas que tinham tudo pra serem agressivas, rebeldes, experimentaram o pior do ser humano sendo abandonadas ou sofrendo agressões, mas mesmo assim, escolheram dar uma nova chance pra um novo dono e serem felizes. São dilemas que nós, humanos, temos dificuldades pra lidar.
Eu, minha namorada e meus sogros, ajudamos animais de rua, acolhendo, dando abrigo, comida, agua, amor, e são animais que muitas vezes nem são considerados pra adoção, pois tem algum problema físico, ou porque tem alguma idade, ou até mesmo porque não tem a raça ou a cor "certa".
Deem uma chance, um dia, um animalzinho desses pode mudar sua vida, e eles não vão pedir pra entrar na sua vida, eles simplesmente irão aparecer e cabe a vocês decidir se vão permitir que eles entrem.
Nenezita, obrigado por ter nos escolhido como lar, por ter dado tantos anos de sua vida e ter compartilhado seu amor conosco. Prometo nunca te esquecer, e levar sua memória comigo.
A todos que estão lendo, obrigado por ajudar a guardar a memória de um dos seres mais incríveis que já conheci. Nem todos irão entender, mas aos que entenderem, saibam que considero vocês com todo carinho.

Comentários
Postar um comentário